Inteligência Emocional: Uma ferramenta que apoia o Indivíduo na Satisfação das suas necessidades

A Inteligência Emocional é uma expressão que ganhou importância ao longo dos últimos anos e que é extremamente importante para as Organizações, e por consequência, para as pessoas que constituem. É particularmente relevante se estas estiverem a ser confrontadas com obstáculos que levam a que saiam de um estado homeostático (estado de equilíbrio nos seres humanos) e entrem em stress por ação do aumento da concentração de hormonas que se encontram associado a este estado mental (entre as hormonas libertadas destaca-se o cortisol e adrenalina).

 

Mas então qual é o significado de Inteligência Emocional? A Inteligência Emocional é um conceito que evoluiu ao longo do tempo em função daquilo que era o conhecimento científico que existia bem como do contexto económico e de um conjunto de outros fatores. Foi definido, em 1998, como “a capacidade para identificar os nossos sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos” por Goleman.

Dito isto, é importante referenciar que entre as diversas características que as pessoas com a Inteligência Emocional bem desenvolvida apresentam, pode-se destacar:

  • o facto de saberem que é necessário conciliar o lado A da vida (entenda-se vida profissional) com o lado B (entenda-se vida pessoal);
  • estabelecerem limites em todas as dimensões da sua vida, no sentido de garantirem e maximizarem a duração dos períodos em que estão em homeostasia;
  • serem pessoas empáticas capazes de estabelecer ligações profundas com os demais;
  • procurarem manter um espírito positivo, cercando-se de pessoas que são capazes de garantir que esta condição é satisfeita;
  • serem ótimos ouvintes ativos, não procurando demonstram que têm sempre razão e sendo capaz de ouvir os outros sem fazer juízos de valor.

 

Anteriormente foi transmitida a ideia de que a Inteligência Emocional é capaz de controlar aquilo que são os níveis de stress a que o indivíduo está sujeito, e por consequência traz benefícios. A verdade é que alguns de nós poderiam colocar em causa este ponto ao dizer que quando estão são sob stress aumentam a sua produtividade (devido ao aumento das hormonas associadas a este estado mental que anteriormente foram referenciadas).

 

Porém, esse aumento ocorre apenas no Curto Prazo, sendo que no Médio e Longo Prazo os mesmos benefícios não se verificam pois quando a pessoa se encontra constantemente sob stress o cérebro passa a encarar estas hormonas como tóxicas, causadoras de doenças degenerativas ou demência. Assim, o facto de as pessoas apresentarem Inteligência Emocional é um benefício a Curto, Médio e Longo Prazo que permite serem capazes de responder aos desafios que lhes são apresentados ao mesmo tempo que minimizam as consequências que estão associadas ao mesmos (e.g. malefícios de níveis de stress elevados).

 

Para além disto, e como a Inteligência Emocional integra uma dimensão que diz respeito ao outro, levanta-se uma questão de relevo, que se prende com a motivação que as pessoas têm para colocar ao dispor dos outros a sua Inteligência Emocional (como sabemos, todas as pessoas possuem uma motivação para realizarem uma dada ação).

 

A resposta a está questão pode ser no mínimo controversa e gerar discussão, mas há quem diga que as pessoas que apresentam esta competência desenvolvida e a colocam ao dispor dos outros, fazem-no com a intenção de satisfazer um conjunto de necessidades próprias. Estas podem ir desde a necessidade de serem reconhecidas e se sentirem heróis para os demais, até a necessidade de responderem às suas inseguranças através da obtenção de feedback genuíno pois trata-se de pessoas que são empáticas e ouvintes ativos e por isso dispõem de uma network capaz de responder às suas inseguranças.

 

 

Referências:

Carucci, R., 2018, Is Your Emotional Intelligence Authentic, or Self-Serving?, Harvard Business Review;

Goleman, D. (1998), Trabalhando com a Inteligência Emocional, Rio de Janeiro: Objetiva;

Nunes, E. (2017), 10 sinais típicos de quem tem elevada inteligência emocional, Dinheiro Vivo;

Wiens, K., 2017, Break the Cycle of Stress and Distraction by Using Your Emotional Intelligence, Harvard Business Review.

 

Top 10 Skills: Coordenação com os Outros

Um dos ingredientes essenciais para o sucesso de uma Organização é o Espírito Colaborativo que as suas equipas adotam. De facto, este potencia os recursos de cada pessoa gerando maior rapidez, criatividade e eficácia no trabalho, bem como uma maior motivação para atingir resultados.

 

Independentemente da estrutura e do tamanho da empresa há um elemento comum a todas que são as Pessoas. E uma vez que estas existem é natural que uma grande parte do trabalho seja realizado de forma conjunta, colocando vários cérebros a pensar em simultâneo e distribuindo responsabilidades em projetos, tarefas e missões. Esta interação e coordenação com a equipa tem inúmeras potencialidades:

  • Contribui para um maior sentimento de pertença à Organização – possibilita uma maior motivação e envolvimento na tarefa;
  • Permite complementaridade de funções já que aproveita diferentes áreas do conhecimento. Distribui assim responsabilidades;
  • Fomenta o espírito de entreajuda e possibilita a criação de relações de confiança e tolerância com as diferentes formas de agir e de pensar de cada elemento;
  • Aumenta o nível de produtividade, a eficiência e a rapidez;
  • Rentabiliza as capacidades de cada pessoa, os seus talentos, conhecimentos, ideias valorizando-os e colocando em destaque os contributos individuais;
  • Potencia a criatividade dando oportunidade ao diálogo, à partilha de ideias e a soluções inovadores.

 

Naturalmente também traz alguns desafios, como por exemplo:

  • Tempo despendido a organizar o trabalho, a distribuir tarefas, a debater e negociar os diferentes pontos de vista;
  • A distribuição menos justa de diversas funções para alguns elementos da equipa mais competentes ou especializados em determinadas áreas – o que poderá resultar numa maior sobrecarga;
  • O facto de nem toda a gente conseguir trabalhar em equipa e conciliar diferentes personalidades, valores e comportamentos;
  • A falta de ritmo, de produtividade ou de motivação de alguns membros que poderá condicionar o resultado final e desgastar a equipa.

 

A capacidade e facilidade de coordenação entre as pessoas da Organização depende de inúmeros fatores, alguns internos aos próprios elementos (características individuais) outros externos – relativos ao próprio contexto de trabalho. Contudo poderá ser facilitada se forem tidas em conta 6 ideias-chave:

  1. Definir a Missão: Conhecer os projetos, objetivos, tarefas e  responsabilidades de cada um;
  2. Autoconhecimento: Assumir qualidades e fragilidades e superá-las em conjunto;
  3. Liderança: Responsabilizar pessoas pelo grupo, assumindo o controlo e desbloqueando situações de stress;
  4. Autoconfiança: Fomentar a segurança e confiança dos elementos das equipas nas suas capacidades e competências de forma a tornar o seu trabalho mais eficiente;
  5. Compromisso com a tarefa: Incentivar as pessoas a estar envolvidas e comprometidas com as suas funções;
  6. Avaliação e Feedback: Querer a evolução e crescimento da equipa e para isso identificar erros, partilhar e gerar alternativas e soluções, dar feedback construtivo com vista a melhorar o desempenho de cada enquanto elemento-chave e único da Organização.

 

“Unir-se é um bom começo, manter a união é um progresso e trabalhar em conjunto é a vitória”.

Henry Ford

 

 

Referências:

World Economic Forum, The Future of Jobs: Employment, Skills and Workforce Strategy for the Fourth Industrial Revolution, 2016.