O Papel da Liderança na Gestão da Crise

Numa altura em que o novo Corona Vírus (COVID-19) se instalou e toda a sociedade se está a adaptar a esta nova realidade, é normal que também nas empresas se tenham que fazer mudanças e adaptar processos. É tempo de implementar essas mudanças, sendo que para que tudo corra pelo melhor é necessário que haja uma preparação e que novas estratégias sejam delineadas. Conhecer a organização, perceber caso a caso o que cada empresa precisa e desenhar um plano de ação são algumas das tarefas que todos os administradores e líderes de empresas/equipas têm neste momento a seu cargo.

Efetivamente, os líderes têm um papel fundamental nestes momentos, primeiro porque têm a preocupação de manter todos os seus colaboradores, bem como o próprio espaço da empresa em segurança e depois porque precisam de garantir que os resultados continuam a aparecer, tendo que manter os dois pratos da balança em equilíbrio. Algumas decisões terão que ser tomadas, questões como “quando” e “quem” deve ficar em casa começam a surgir e é necessário pôr um plano de contingência em prática. Em alturas como as que estamos a atravessar, é necessário colocar diferentes cenários em perspetiva, sendo que quem está em cargos de liderança tem que assegurar que a empresa tem a flexibilidade necessária para continuar no ativo, num tempo de crise. Preparar a estrutura é fundamental para a adaptação às mudanças, maximizar a possibilidade de os colaboradores trabalharem remotamente, garantir que há políticas de segurança no que toca a viagens de trabalho ou suspensão das mesmas, gestão dos eventos da empresa tais como conferências ou reuniões com parceiros e revisão de políticas de benefícios são algumas das preocupações dos líderes neste momento.

Toda esta preparação e a consequente implementação dos novos métodos de trabalho são cruciais, contudo não podemos esquecer uma peça imperativa para que todos estes processos fluam da melhor forma – a comunicação. Quando uma mudança é implementada, a forma como esta é comunicada aos colaboradores é o fator chave para garantir alinhamento e aceitação face à mesma. Assim, os líderes têm, também, a seu cargo o papel de difundir ativamente esta mudança. Garantir que a comunicação interna está alinhada, ou seja, que há forma de todos os colaboradores terem acesso à informação estruturada que precisam para realizar bem o seu trabalho, de forma ágil e eficaz torna-se essencial.

Outro aspeto foca-se no papel dos líderes enquanto conselheiros e agentes que podem tranquilizar os colaboradores em alturas como esta. Instruir corretamente, garantir que a empresa tem acesso a informação fiável sobre a COVID-19 que poderá difundir de forma a que a sua comunidade de trabalhadores fique em segurança torna-se também importante.

Na MY CHANGE reconhecemos a importância que os líderes têm, bem como o reforço que esta tem em tempos de crise. Consideramos importante preparar estes mesmos líderes para que possam dar a cara e comunicar as mudanças a implementar na organização, que irão levar a mesma a manter-se viva, com colaboradores alinhados e a trabalhar em prol de um mesmo propósito. Ajudamos a capacitar líderes e a alinhar a comunicação interna, para que as informações cheguem da melhor forma a todos. Propomo-nos, então, a ser um parceiro de confiança na implementação e gestão da mudança que neste momento necessita de levar a cabo na sua organização!

Inteligência Emocional: qual é a sua importância?

Todos nós, no nosso dia a dia, ao interagirmos com outras pessoas, sentimos a necessidade de ser compreendidos por estas, e também de as compreender. A vida nas organizações não é exceção, todas as nossas rotinas, que implicam um contacto com o outro, têm subjacente este princípio de compreensão mútua, que nos permite saber por no lugar do outro para resolver as situações e conflitos que nos surgem. Neste campo é necessário deixar a inteligência cognitiva de parte e acionar um outro tipo de inteligência, uma que nos remete para as componentes pessoais e sociais. É neste sentido que a Inteligência Emocional ganha destaque.

A Inteligência Emocional é a capacidade humana de olhar para si próprio, e para outros, e ser capaz de reconhecer e compreender emoções. É conseguir gerir as emoções que são sentidas e aplicá-las adequadamente em interações sociais. Ou seja, está relacionada com duas grandes competências: a pessoal e a social. Na verdade, se queremos tornar-nos mais inteligentes emocionalmente, são essas as competências que temos de trabalhar.

Mas porque é que é relevante desenvolver e trabalhar esta capacidade? A Inteligência Emocional tem sido consistentemente associada a maior sucesso, seja este profissional ou pessoal. A verdade é que este tipo de inteligência é uma aptidão que facilita a comunicação e colaboração entre pessoas, é um preditor de menores níveis de stress e é ainda um indicador de felicidade dos colaboradores. Assim, por exemplo, quanto mais inteligência emocional mostrarem os colaboradores de uma organização, melhor será o ambiente percecionado na empresa, o que leva a mais produtividade e eficácia na concretização de objetivos.

Para começar a trabalhar e desenvolver a Inteligência Emocional, é importante perceber quais são as suas 5 dimensões. A Autoconsciência prende-se com a forma como cada pessoa se vê, se perceciona. Quais são as emoções que sente e os seus efeitos, as suas qualidades, as suas limitações e os seus recursos. Seguidamente, a Autorregulação está relacionada com a forma como se gerem as emoções e os impulsos, com o controlo e conscienciosidade em relação aos mesmos. De seguida, a Motivação diz respeito a facilitar a conquista de objetivos através do otimismo, do empenho e da iniciativa. Em quarto lugar, a Empatia relaciona-se com o compreender os sentimentos e as perspetivas de outros, ter interesse pelos mesmos e corresponder às suas necessidades. Por fim, as Competências Sociais tornam a pessoa capaz de obter dos outros respostas favoráveis, através da comunicação, persuasão, capacidade de liderança, gestão de conflitos e da colaboração.

Para poder atingir um grau elevado de Inteligência Emocional, é preciso um trabalho continuo, deve pedir-se feedback às pessoas à sua volta e refletir acerca destas cinco dimensões na sua vida, sendo honesto consigo mesmo acerca do seu nível de proficiência em cada uma delas, para poder trabalhar aquelas em que se é menos ágil. Não podemos esquecer que, como qualquer outra skill, esta pode ser aprendida e não tem apenas um caracter inato, podemos sim melhorá-la com o tempo e treino.

A MY CHANGE acredita que a Inteligência Emocional é uma componente chave no caminho para o sucesso, quer pessoal, quer das organizações e, por isso, também nós praticamos esta capacidade sabendo aquilo que podemos oferecer e melhorar, como gerir as mudanças com iniciativa e otimismo, e ir ao encontro daquelas que são as necessidades dos nossos clientes. Construímos as nossas formações de forma personalizada a cada caso que nos apresentam, de forma a garantir o melhor serviço possível a cada realidade.

Coaching na liderança das equipas

No contexto atual, uma das motivações mais fortes dos gestores é conseguirem desenvolver uma liderança eficaz, que permita alcançar o sucesso da empresa. Porém, liderar pessoas de forma assertiva e eficiente nem sempre é tarefa fácil. É um exercício que requer capacidades especificas, que vão além dos conhecimentos técnicos de negócio. Significa ter um grande controlo emocional, autoconhecimento e uma visão estratégica sobre os recursos disponíveis, nomeadamente os recursos humanos. Assim, é necessário desenvolver estas capacidades nos líderes, para que possam fazer o seu trabalho da forma mais competente possível e terem boa influência sobre os seus colaboradores.

Começou a surgir a expressão “líder coach”, que descreve o líder que procura fazer o acompanhamento dos seus colaboradores, quer para perceber as suas necessidades, quer para os ensinar. Para esta prática dar frutos precisa de fazer um acompanhamento personalizado. E não é suficiente o líder trabalhar a sua própria atitude, deve também adquirir competências na área do coaching, uma vez que esta é uma metodologia que necessita aprendizagem especifica para ser feita de modo efetivo.

O coaching é entendido como uma relação de parceria, através da qual o líder desenvolve a sua equipa. Pode consegui-lo através de algumas ações, como dar respostas não diretivas (levando os colaboradores a terem que pensar numa solução), criar espaço para reflexão e exploração, ajudar cada colaborador a tomar consciência das suas capacidades, mostrar novos pontos de vista e acompanhar na realização de novos planos de ação. Deste modo, algumas das competências a desenvolver são: a empatia, a escuta ativa, a comunicação (nomeadamente a forma de se dirigir ao colaborador, devendo haver uma componente forte de perguntas abertas e pertinentes, bem como uma reformulação sempre que necessário) e a forma como transmite os seus conhecimentos e dá feedback.

Se o líder aprender as ferramentas necessárias para se tornar um bom “líder coach”, a relação que estabelece com os seus colaboradores vai melhorar, havendo um aumento na confiança, aspeto fundamental para a resolução de problemas. O líder, através das suas intervenções e questões, suscita dúvidas e vai fazer os seus colaboradores terem consciência que não sabem tudo, mas que podem explorar respostas a partir de uma base segura. Assim, a atitude face a um problema que surja vai ser a de consciencialização e análise dos riscos e impactos das decisões face a uma determinada temática, aumentando a eficácia na resolução de problemas. Com a sua atitude de suporte, o líder consegue ainda melhorar a autoconfiança do colaborador, fazendo com que este se torne mais autónomo, favorecendo o seu desenvolvimento pessoal e profissional.

Treinamos líderes para que estes adquiram todas as ferramentas necessárias para fazer um bom trabalho na área do coaching, junto dos seus colaboradores. A MY CHANGE sabe que treinar líderes para serem “líderes coach” é uma iniciativa estratégica que vai fomentar o desenvolvimento dos recursos humanos da empresa, e consequentemente, melhorar a sua performance. Vai permitir que a empresa tenha um crescimento interno e por isso atinja o naturalmente o sucesso.

Conhece a sua Inteligência Emocional?

Quando ouvimos o termo inteligência somos automaticamente remetidos para pensar em questões ligadas a capacidades cognitivas, de aprendizagem ou de resolução de problemas concretos, como por exemplo os matemáticos. Todavia, tendo em conta o mundo em que vivemos e a forma como a nossa sociedade está construída, este conceito não deve ser simplificado nem reduzido apenas a estes termos. Há alguns tipos de inteligência que devemos considerar, nomeadamente a inteligência emocional. Esta pode ajudar bastante quando queremos comunicar com os outros e percebê-los, e também quando queremos perceber-nos a nós mesmos, sendo o conceito definido como a capacidade para entender e fazer uma gestão das próprias emoções.

Inicialmente, este termo não recebeu a devida atenção, mas, com o passar do tempo, vários investigadores têm percebido que esta é uma competência chave para se ser bem-sucedido, nomeadamente a nível das organizações. Ora vejamos, as emoções controlam grande parte da nossa vida e da nossa estabilidade, sendo, portanto, importantes para as relações que estabelecemos no trabalho e para a forma como encaramos o mesmo. Quando chegamos à empresa não deixamos de parte o nosso lado humano e, por isso, devemos ter a capacidade de gerir as nossas emoções para estabelecer relações de parceria e cooperação com colegas e para sermos mais felizes com o que fazemos. É neste tipo de tarefas que a inteligência emocional, e as suas quatro componentes, nos podem ajudar.

Começando por definir estas componentes, a autoconsciência relaciona-se com o facto de conseguirmos identificar e ter consciência das nossas emoções, bem como saber a importância das mesmas, quando aplicadas a várias temáticas. A autorregulação prende-se com a aceitação da responsabilidade pelas nossas escolhas emocionais, sendo que ao aceitar essa responsabilidade conseguimos transformar situações de tensão em desafios. A automotivação diz respeito ao reconhecimento das emoções que nos afetam e através disso conseguirmos identificar o nosso “estilo exploratório”. Por fim, a empatia é a capacidade de responder aos outros consoante as suas emoções, saber reconhecer a emoção do outro e colocar-se no seu lugar. Todas estas componentes podem ser trabalhadas, para que a pessoa aumente o seu coeficiente de inteligência emocional e consiga ter maior sucesso, levando, consequentemente, a organização na qual trabalha a ter melhores resultados.

Questionamo-nos, então, sobre qual a importância que a inteligência emocional pode ter nos contextos organizacionais e em que é que esta pode ser útil. A resposta é simples. Nas organizações, os colaboradores são todos os dias postos à prova com novos desafios, sendo que para dar resposta aos mesmos muitas vezes usam as suas emoções. Se estes conhecerem a raiz das mesmas é mais fácil optar bem e otimizar tempo. A nível do trabalho em equipa, a inteligência emocional pode ter um papel central. Ter várias pessoas a trabalhar em conjunto pode dar aso a conflitos, no entanto, se estas tiverem a capacidade de se entender, de se expressar bem e de gerir bem o que sentem ou pensam, a relação vai ser facilitada e poder-se-ão encontrar soluções melhores para os problemas, fazendo com que o produto do trabalho seja mais vantajoso para todos. As chefias também podem beneficiar bastante ao aplicar esta competência, conseguindo uma melhor comunicação com os colaboradores.

Por todos estes motivos, na MY CHANGE, reconhecemos a importância da inteligência emocional. Trabalhamos na capacitação desta ferramenta junto dos clientes e realizamos workshops interativos e dinâmicos. Nestes, as pessoas podem, para além de aprender componentes teóricas sobre inteligência emocional, ter uma componente prática e de treino para consolidação do que é aprendido. Acreditamos que a melhoria desta capacidade pode ser uma das chaves para uma melhoria das relações entre colaboradores, levando ao sucesso da empresa cliente.

Inteligência Emocional: Uma ferramenta que apoia o Indivíduo na Satisfação das suas necessidades

A Inteligência Emocional é uma expressão que ganhou importância ao longo dos últimos anos e que é extremamente importante para as Organizações, e por consequência, para as pessoas que constituem. É particularmente relevante se estas estiverem a ser confrontadas com obstáculos que levam a que saiam de um estado homeostático (estado de equilíbrio nos seres humanos) e entrem em stress por ação do aumento da concentração de hormonas que se encontram associado a este estado mental (entre as hormonas libertadas destaca-se o cortisol e adrenalina).

 

Mas então qual é o significado de Inteligência Emocional? A Inteligência Emocional é um conceito que evoluiu ao longo do tempo em função daquilo que era o conhecimento científico que existia bem como do contexto económico e de um conjunto de outros fatores. Foi definido, em 1998, como “a capacidade para identificar os nossos sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos” por Goleman.

Dito isto, é importante referenciar que entre as diversas características que as pessoas com a Inteligência Emocional bem desenvolvida apresentam, pode-se destacar:

  • o facto de saberem que é necessário conciliar o lado A da vida (entenda-se vida profissional) com o lado B (entenda-se vida pessoal);
  • estabelecerem limites em todas as dimensões da sua vida, no sentido de garantirem e maximizarem a duração dos períodos em que estão em homeostasia;
  • serem pessoas empáticas capazes de estabelecer ligações profundas com os demais;
  • procurarem manter um espírito positivo, cercando-se de pessoas que são capazes de garantir que esta condição é satisfeita;
  • serem ótimos ouvintes ativos, não procurando demonstram que têm sempre razão e sendo capaz de ouvir os outros sem fazer juízos de valor.

 

Anteriormente foi transmitida a ideia de que a Inteligência Emocional é capaz de controlar aquilo que são os níveis de stress a que o indivíduo está sujeito, e por consequência traz benefícios. A verdade é que alguns de nós poderiam colocar em causa este ponto ao dizer que quando estão são sob stress aumentam a sua produtividade (devido ao aumento das hormonas associadas a este estado mental que anteriormente foram referenciadas).

 

Porém, esse aumento ocorre apenas no Curto Prazo, sendo que no Médio e Longo Prazo os mesmos benefícios não se verificam pois quando a pessoa se encontra constantemente sob stress o cérebro passa a encarar estas hormonas como tóxicas, causadoras de doenças degenerativas ou demência. Assim, o facto de as pessoas apresentarem Inteligência Emocional é um benefício a Curto, Médio e Longo Prazo que permite serem capazes de responder aos desafios que lhes são apresentados ao mesmo tempo que minimizam as consequências que estão associadas ao mesmos (e.g. malefícios de níveis de stress elevados).

 

Para além disto, e como a Inteligência Emocional integra uma dimensão que diz respeito ao outro, levanta-se uma questão de relevo, que se prende com a motivação que as pessoas têm para colocar ao dispor dos outros a sua Inteligência Emocional (como sabemos, todas as pessoas possuem uma motivação para realizarem uma dada ação).

 

A resposta a está questão pode ser no mínimo controversa e gerar discussão, mas há quem diga que as pessoas que apresentam esta competência desenvolvida e a colocam ao dispor dos outros, fazem-no com a intenção de satisfazer um conjunto de necessidades próprias. Estas podem ir desde a necessidade de serem reconhecidas e se sentirem heróis para os demais, até a necessidade de responderem às suas inseguranças através da obtenção de feedback genuíno pois trata-se de pessoas que são empáticas e ouvintes ativos e por isso dispõem de uma network capaz de responder às suas inseguranças.

 

 

Referências:

Carucci, R., 2018, Is Your Emotional Intelligence Authentic, or Self-Serving?, Harvard Business Review;

Goleman, D. (1998), Trabalhando com a Inteligência Emocional, Rio de Janeiro: Objetiva;

Nunes, E. (2017), 10 sinais típicos de quem tem elevada inteligência emocional, Dinheiro Vivo;

Wiens, K., 2017, Break the Cycle of Stress and Distraction by Using Your Emotional Intelligence, Harvard Business Review.