É difícil definir um momento exato, vemos o processo mais como uma viagem, na qual fomos obrigados a ultrapassar todos os limites de velocidade para estarmos onde estamos hoje.
A evolução foi imposta pelas circunstâncias, uma vez que de um momento para o outro um produto considerado essencial para que as empresas se promovessem deixou de fazer sentido.
A partir daí vivemos uma transformação profunda, que nos obrigou a repensar totalmente a base da empresa: o monopólio das listas telefónicas em Portugal e a venda de um só produto.
Reinventámos o nosso modelo graças à resiliência e capacidade de adaptação que toda a equipa da Páginas Amarelas demonstrou ao longo do período de turnaround do negócio. Sem ela, não seríamos os líderes que somos hoje no mercado do marketing digital para as PME’s, nem continuaríamos a ser a grande escola de vendas que sempre fomos, agora de Marketing digital.
Quem trabalha com marketing digital sabe – e muito bem – que todos os dias surgem novos concorrentes. Como vê este facto e como traçar estratégias para manter a relevância no mercado?
As circunstâncias têm, de facto, contribuído para o surgimento de players novos, com propostas de valor em Marketing Digital idênticas à da Páginas Amarelas, mas que não fazem sentido analisarmos à luz da concorrência.
Somos a agência nacional com mais anos de presença no mercado, com maior dimensão e com um capital de marca que fala por si. Fazemos parte do grupo de inovadores que dita a velocidade a que a transformação digital se processa em Portugal, por isso, mantemo-nos focados nos nossos objetivos e observamos com bons olhos a “seleção natural” que vai acontecendo no mercado.
Nos últimos tempos, já com a pandemia, o que mudou no vosso formato de trabalho e na organização PA em geral?
Fomos das primeiras empresas a fazer a transição total da equipa para o teletrabalho, assim que foi anunciado que o país ia entrar em confinamento e ainda antes de se ter uma noção do impacto da situação.
Para a maior parte da estrutura a mudança foi bastante rápida e eficaz; no caso da equipa comercial, que historicamente trabalhava em regime de field-force, diretamente no terreno, fez-se a transição para a venda não presencial, garantindo a continuidade do negócio mas com uma nova prioridade em vista – ter as pessoas em segurança.
Penso que, à semelhança de muitas outras empresas, este período trouxe-nos desafios adicionais mas a resposta tem sido positiva. O percurso da Páginas Amarelas tem sido longo e rico, feito de muitos momentos de viragem importantes. Somos, historicamente, uma estrutura resiliente, com uma capacidade enorme de adaptação aos tempos.
Como vê a possibilidade de a PA aproveitar o enorme know-how que detém, em marketing e vendas, e dar-lhe maior amplitude?
O ‘segredo’, se é que ele existe, para um alcance cada vez maior da Páginas Amarelas vai continuar a residir nas pessoas que compõem a equipa, na vontade de fazerem parte da história de uma empresa com um capital de marca muito forte, que renasceu e na qual continuam a investir toda a sua motivação e energia.
Somos uma das principais aliadas das empresas portuguesas nos seus percursos de digitalização e de ampliação dos negócios porque continuamos a ser apaixonados pelo que fazemos, pelos nossos clientes e pelas nossas conquistas. Temos orgulho na nossa identidade e na forma como nos reinventámos – desafiamos o futuro!
Por fim, comente uma conquista recente e algo que gostaria que fosse diferente em 2021…
Destaco não uma mas duas conquistas particularmente relevantes no nosso percurso mais recente: o rebranding da Páginas Amarelas, que permitiu um olhar fresco e um orgulho renovado na nossa marca; e o lançamento do Marketplace Páginas Amarelas, que veio substituir o nosso antigo diretório. No último ano, esta solução mostrou de forma muito clara a relevância do digital na materialização do nosso maior objetivo: aproximar quem procura de quem oferece.
Em 2021 gostaria que mais empresas usassem o conhecimento acumulado neste ano excecional para se prevenirem face aos desafios do futuro. Hoje, mais do que em qualquer outro momento, sabe-se que a migração para o canal digital dita a sustentabilidade de muitos negócios e a adoção estratégica de serviços úteis, ágeis e seguros vai, cada vez mais, separar os que se adaptam e crescem, dos que não acompanham as tendências e desaparecem.