VISÃO: António Castro Freire, Deputy Chairman do Grupo Bensaude
Grupo Bensaude: experiência de 200 anos dá resposta aos novos desafios
Qual tem sido a estratégia do Grupo para lidar com os impactos da pandemia?
Enquanto entidade empresarial principalmente atuante na Região Autónoma dos Açores, o Grupo Bensaude tem enfrentado o momento atual com prudência e com uma atitude de solidariedade para com os seus trabalhadores, clientes e parceiros.
Antes mesmo de o Governo Regional dos Açores implementar a sua política de confinamento, foram imediatamente desenvolvidas medidas de proteção dos trabalhadores, intensificadas as ferramentas de comunicação internas (com informação detalhada sobre o COVID-19 e sobre o enquadramento das medidas internas introduzidas nesse âmbito) e preparados planos de contingência a tempo de estarem operacionais e testados pelos atores nas várias empresas envolvidas.
Iniciámos um briefing, atualizado 2 ou 3 vezes ao dia, com a descrição da situação epidemiológica regional, nacional e mundial. Interagimos, quase que diariamente, com o Governo regional dos Açores com o qual procedemos a uma troca sistemática de informação sobre os procedimentos por nós adotados e sobre as consequências económicas e sociais das medidas por este previstas e/ou deliberadas. Identificámos quais as maiores carências do Sistema Regional de saúde, tendo a nossa organização sido a primeira nos Açores a contribuir para reduzir as necessidades hospitalares, através da doação de ventiladores para os hospitais de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta.
Quais foram as principais medidas do Grupo Bensaude?
Enquanto Grupo económico com 200 anos de existência, pareceu-nos indispensável transmitir aos colaboradores confiança na organização e incentivar a sua abertura à mudança. Desenvolvemos ferramentas possibilitando a prática do teletrabalho de forma generalizada, optámos por colocar em regime de lay-off trabalhadores cuja atividade foi suspensa, antecipámos um projeto de vendas online e de entregas ao domicílio, introduzimos maior mobilidade (transitória) de trabalhadores entre empresas, antecipámos projetos cuja concretização fosse conciliável com o confinamento (desenvolvimento de sites informáticos, aceleração de obras em hotéis, introdução de novas ferramentas tecnológicas de apoio às novas práticas, nomeadamente ao teletrabalho).
O que destaca, na sua visão, para enfrentar – e comunicar – estes desafios?
A mobilização e a confiança dos colaboradores foram e são alicerces fundamentais da necessidade de adaptação ao momento atual e, quiçá, ao futuro. No CEO encontrámos inspiração, prudência, contacto e informação permanente com decisores políticos e empresariais no país e na região. No Diretor de Recursos Humanos análise rápida e ampla das políticas de manutenção dos postos de trabalho a par do diálogo com os trabalhadores mais prejudicados pela perda temporária das suas funções, na CFO estudo detalhado dos mecanismos financeiros, públicos e bancários principalmente, para reforço da tesouraria e maximização das disponibilidades, tendo em conta a incerteza que caracterizará o funcionamento da economia em geral em 2020 e 2021 e as suas repercussões sobre a economia insular. Nestes responsáveis de topo assenta a prudência da gestão. Na comunicação interna, transparente, abrangente e orientada para a proteção dos trabalhadores, reside, em boa parte, a confiança dos colaboradores. Nos demais gestores de topo, a adaptação das suas empresas e dos seus negócios, em velocidade acelerada.
E quais serão os próximos passos?
A revisão global dos investimentos e dos projetos aprovados para o período 2020 a 2022 encontra-se em curso. A esta se seguirá uma atualização da reflexão estratégica sobre os objetivos a médio prazo. O mote será o de proteger o presente e o futuro das empresas do Grupo Bensaude, acelerar a digitalização da organização, introduzir duravelmente, quando aconselhável, a prática do teletrabalho, permanecer atentos a novas oportunidades, dentro e fora da região em que o Grupo Bensaude opera.
A MY CHANGE tem como propósito apoiar processos de mudança na vertente das Pessoas e procura, neste momento único, partilhar a Visão dos que estão ao leme das organizações.
Agradecemos a contribuição de António Castro Freire e convidamos a ler as próximas.