De repente estamos todos em teletrabalho. E agora?

4 Maio, 2020

Os tempos que vivemos afastam-se do normal. Há um antes, um durante e haverá um depois Covid-19. Agimos (ou trabalhamos) como se tudo estivesse igual, pensando que conseguimos executar as mesmas tarefas, ao mesmo ritmo, no mesmo tempo. Mas tal como todos já sentimos, o contexto mudou. Para alguns trabalhar em casa é uma oportunidade para aumentar o foco, diminuir o número de distrações (e por isso ser mais produtivo) e estar mais confortável. Para outros, acarreta desafios adicionais como o afastamento social dos colegas, a gestão do tempo, as falhas técnicas das ferramentas que suportam o nosso trabalho e até a gestão da motivação.

Em torno do teletrabalho orbitam três temas-chave: tecnologia, espaço e relações.

A tecnologia traz consigo a beleza de nos permitir conectar com a família, amigos, colegas ou clientes que estão noutro lugar. É a forma de nos ligarmos e a ferramenta de trabalho de todos os que se encontram em teletrabalho. Mas também se pode revelar um desafio. O acesso fácil a tudo e todos, todos os dias, a toda hora pode criar demasiado ruído e não nos permitir mergulhar fundo no trabalho.

O espaço torna-se particularmente importante quando a nossa casa se transforma no escritório e, sem nos apercebermos, deixamos de conseguir detetar a diferença entre tempo pessoal e expetativas profissionais. De um dia para o outro, a secretária passa a estar na cozinha ou a sala de estar transforma-se no escritório. Com o escritório dentro de casa (e a impossibilidade de sair), torna-se mais difuso o tempo que é nosso e o tempo que é do trabalho. Torna-se mais difícil definir os limites.

Somos, todos, animais sociais. Muito do nosso trabalho é baseado em relações e o que o teletrabalho nos trouxe foi uma nova forma de nos relacionarmos. Vemo-nos e ouvimo-nos na tentativa de sentirmos o mesmo que sentiríamos se estivéssemos lado a lado. Usamos emojis para expressar as emoções que não passam através da escrita. Sorrimos para a nossa câmara sempre que o outro sorri para a câmara dele. É assim que tentamos criar e estreitar relações.

Mas este artigo serve de pouco se só expusermos os desafios e não partilharmos potenciais soluções. Por isso, a MY CHANGE sugere 10 boas práticas enquanto vivermos com o escritório dentro de casa e com os colegas e clientes dentro do computador:

  1. Crie um espaço de trabalho em casa e trabalhe sempre nesse espaço.
  2. Defina uma hora de início e uma hora de fim dos trabalhos (a hora de fim pode ser particularmente difícil de gerir, pois não temos que sair do escritório, mas não abdique dela).
  3. Deixe que os seus colegas e clientes saibam quando podem comunicar consigo (sabemos que a tecnologia toca todas as partes da nossa vida, mas isso não significa que temos que estar disponíveis 24/7)
  4. Pratique o “self-care”, tire tempo para si (medite, leia, faça exercício, cozinha, pinte, tome um banho relaxante, esteja em silêncio)
  5. Defina tempo para a família e amigos
  6. Tome as refeições sem interrupções (afaste o computador e o telemóvel nesses momentos)
  7. Recorde-se do que o energiza naquilo que faz todos os dias (pense no que o faz sentir orgulho na sua função)
  8. Procure interagir com as pessoas que beneficiam do seu trabalho (aumentará a sua motivação)
  9. Mude, intencionalmente, o cenário em sua casa (ao final do dia acenda uma vela, prepare uma bebida, coloque música e desfrute do momento)
  10. Não se esqueça que ao adotar esta práticas está a melhorar a sua experiência de teletrabalho, mas também está a contribuir para o bem-estar do que trabalham e vivem consigo.

As esferas tecnologia, espaço e relações representam desafios diários que vieram para ficar enquanto o mundo lá fora assim o exigir. A parte boa é que estamos a aprender, a mudar crenças e a reinventar-nos ao mesmo ritmo com que lidamos com os desafios. Estamos todos juntos nesta jornada. E será em conjunto que vamos ultrapassá-la. Quanto a nós, MY CHANGE, estaremos aqui, para si.