Storytelling
Das Estórias de Infância às Histórias de Líderes e Empresas
“Era uma vez …” é uma expressão que ecoa na nossa memória, que vem dos nossos tempos de infância até aos dias de hoje e que se encontra ligada aos filmes de animação da Walt Disney Pictures, Dreamworks, entre outras produtoras.
Porém, sabemos hoje que o “Era uma vez …” é uma forma extremamente eficaz de aprendizagem, de tal modo que hoje ainda nos recordamos das estórias que víamos diante de um televisor e em cassetes VHS.
Cientes do impacto que este mecanismo de aprendizagem – que não é mais do que o Conto de Histórias a que agora se chama Storytelling – tem, questionou-se se o mesmo poderia ser adotado para outros públicos e fins.
A resposta a esta questão veio com a implementação do conceito pela área de Marketing e posteriormente também pela área de Recursos Humanos. É hoje uma estratégia em que as Organizações apostam, pois conseguem aproximar os Clientes Internos (entenda-se Colaboradores) dos Clientes Externos (entenda-se acionistas, fornecedores e clientes) de forma duradoura. E todos podem, assim, ser agentes ativos de Comunicação da Organização.
Entendido o conceito de Storytelling como o conto de uma História que tem impacto positivo na interação das Pessoas com a Organização, é importante compreender que para ser verdadeiramente motivadora e driver da Mudança Comportamental, o conto deve basear-se em factos verídicos e seguir 3 passos distintos: “Self, Us, Now”.
Para se compreender melhor de que forma deve ser a narrativa contruída, exploremos os 3 passos:
- a dimensão “Self” remete para a dimensão pessoal do Storyteller, ou seja, refere-se ao contexto da pessoa que está a contar a sua história perante os demais. Inclui questões como as motivações, o percurso que fez e de que modo o mesmo impactou o seu quotidiano atual (e.g. trabalho, vida pessoal), valores, hobbies, entre outros. Por outras palavras, é toda a caracterização que dá uma imagem e ideia de “Ser Humano” à pessoa (nas Organizações, pode dar dimensão pessoal aos Líderes);
- a dimensão “Us” remete para a dimensão coletiva, ou seja, para a ligação e partilha de valores, crenças, ideologias e ideais, motivações entre o Storyteller e os demais que estão a ouvir a história que está a ser narrada (nas Organizações corresponde ao momento de criação de uma ligação entre o Líder e os Clientes Internos e Externos);
- a dimensão “Now” remete para o “call to action”, ou seja, corresponde ao momento em que assegurado o alinhamento entre o Storyteller e os demais e criada a relação entre os mesmos, os ouvintes decidem agir e mudar o seu estado inicial (nas Organizações é quando muda o comportamento de um Colaborador, levamos pessoas a candidatarem-se à nossa Organização, etc.).
O Storytelling é assim capaz de impactar interna e externamente a Organização. Esta ferramenta é capaz de levar a que os Colaboradores:
- reconheçam valor nos Líderes e compreendam as decisões que por estes são tomadas;
- aumentem a sua motivação e envolvimento tornando-se mais comprometidos com as funções que desempenham e com a Organização;
- acolham a transmissão de feedback e a apropriação do mesmo, encarando-o como construtivo e fomentador do desenvolvimento pessoal e profissional;
- sintam pertença e integração com a Organização;
- aprendam com mais facilidade.
Consciente da importância e impacto que esta metodologia tem nas Organizações, a MY CHANGE tem recorrido à mesma para desenhar e implementar profundas Mudanças Organizacionais. Usa-a com frequência no desenho de prontuários e referenciais de Liderança onde através das histórias de Líderes se identificam os comportamentos apresentados que podem ser associados a Competências. Também recorre ao Storytelling quando pretende criar uma maior ligação e envolvimento entre Colaboradores e assim garantir satisfação, envolvimento com a Organização e partilha de conhecimento entre os mais experientes e os mais novos, evitando-se a perda de know-how. Quando o objetivo é privilegiar o contacto e conexão entre todos, a MY CHANGE propõe capacitar todos os Colaboradores da Organização de modo a que os mesmos utilizem o Storytelling como “ferramenta de base” nas suas ações do quotidiano.
Todas as pessoas podem ser Storytellers, é uma premissa da MY CHANGE e valoriza assim o impacto de uma narrativa bem construída na alteração de comportamentos e no desenvolvimento de novas competências, e por consequência no sucesso da Organização.
Referências:
Coleman, J., (2015) Use Storytelling to Explain Your Company’s Purpose, Harvard Business Review
Grenny, J., (2017) Great Storytelling Connects Employees to Their Work, Harvard Business Review