Top 10 skills: Pensamento Crítico

18 Setembro, 2017

Num Mundo cada vez mais digital e no qual a informação surge através de múltiplas fontes, vencem os que têm a capacidade de filtrar e decifrar a informação pertinente e de construir o pensamento de uma forma crítica e construtiva. A qualidade do que produzimos, fazemos ou construímos depende da qualidade do nosso pensamento.

O pensamento crítico é um processo consciente, sistemático e metódico que é aplicável a todo o pensamento e que visa chegar a melhores conclusões através da análise do próprio raciocínio. Este exige clareza, precisão, equidade e evidências, é autodirigido, autodisciplinado, autorregulado e autocorrigido. Implica não só critérios rigorosos de excelência e de domínio consciente do seu uso mas também uma comunicação efetiva e a utilização da competência de resolução de problemas.

Existem crenças que limitam o exercício do pensamento crítico, tais como: ”estou a perder tempo valioso do meu trabalho”; “a minha opinião não vai ser tida em conta”; “não tenho conhecimentos suficientes para acrescentar valor”; “a outra pessoa pode reagir mal à minha opinião”; “tudo funciona bem e nada precisa de ser alterado”. Tal pode conduzir-nos a perigos como: aceitar opiniões/decisões alheias como verdades incontestáveis; decidir sem uma análise profunda; desinvestir na inovação; estar desatualizados nos produtos/serviços oferecidos; estar atrasado face à concorrência; contribuir negativamente para o desenvolvimento dos colegas.

O pensamento crítico é fundamental para filtrar o que é essencial do que é acessório, acrescentar valor aos contributos do outro, construir sobre o passado, evoluir nos produtos, serviços e metodologias, desenvolver competências nas equipas e fazer evoluir a organização para um futuro sustentado. Para ativar pensamento crítico devemos: 1) questionar as premissas/suposições, isto é, procurar a descoberta do “o quê” e do “porquê” por detrás de cada hipótese; 2) adotar diferentes perspetivas – olhar para o problema de vários ângulos e perspetivas, “calçando os sapatos do outro”; 3) estar atento ao potencial – ter sempre a perspicácia de perceber o potencial de cada situação, seja para identificar uma mais valia iminente ou um perigo latente; 4) gerir a ambiguidade – tendo em conta que é difícil conhecer todas as variáveis de um problema, é importante estar preparado para gerir em contexto de mudança.

O pensamento crítico envolve duas vertentes: capacidades (face a um tema com duas possibilidades de escolha, temos as competências e os conhecimentos para tomar uma decisão sem avaliar ao detalhe os dois lados) e disposição (face à mesma realidade, avaliamos melhor as duas possibilidades quando estamos psicologicamente dispostos a estudar mais e dar a nossa perspetiva).

Um indivíduo com pensamento crítico coloca questões pertinentes, rejeita ser sempre um “Yes Man”, argumenta os seus pontos de vista, é curioso e explora proactivamente, pratica a escuta ativa para aprender, tem interesse em encontrar novas soluções, analisa todos os problemas ao detalhe e coloca os seus pontos de vista ao serviço da empresa de forma assertiva e sempre construtiva.

As competências-chave associadas ao pensamento crítico são: 1) inovação e criatividade – procurar descobrir novas formas criativas de fazer, seja na vertente humana ou digital; 2) comunicação assertiva – transmitir a opinião/ ponto de vista de forma assertiva para diminuir a probabilidade de gerar um conflito; 3) crítica construtiva – não ter receio de dirigir uma crítica sempre que se aplique mas ter a preocupação de seguir as regras associadas; 4) orientação para os outros – ter sempre presente que, ao dar a sua opinião/ponto de vista, estará sempre a lidar com alguém que poderá ter outra perspetiva.

 

“We cannot solve our problems with the same thinking we used when we created them.” –  Albert Einstein

 

 

Referências bibliográficas:

Baer, D. (2014). Harvard says the best thinkers have these 7 Thinking Dispositions. Business Insider.

Baldoni, J. (2010). How leaders should think critically. Harvard Business Review.

World Economic Forum, The Future of Jobs: Employment, Skills and Workforce Strategy for the Fourth Industrial Revolution, 2016.